





Sem perder a esperança partíamos em busca de tratamento da doença para a qual a nossa medicina não tinha solução capaz, numa grande cidade, confusa, onde não se fala a nossa língua, madrugávamos para apanhar o comboio que nos levava ao hospital, onde toda a atenção era necessária, nos exames, no que médicos e enfermeiras nos informavam e recomendavam, marcação de novas consultas, trazer a medicação, correr para o aeroporto, etc., ouvir notícias nem sempre as que queríamos …, acreditem que não é ir de férias.
Um amigo da Teté deu-lhe o contacto de uma família que vivia e ainda permanece em Londres, para o caso de precisássemos de algum apoio, nas nossas deslocações a aquela cidade.
Esta família, a Lisa, Mário e a filha Andreia, de idade próxima da Teresa foi sempre muito atenciosa connosco, visitaram a Teté uma vez no hospital e jantamos algumas vezes.
O tempo era sempre controlado e o cansaço visível, momentos que, apesar de breves foram muito gratificantes para nós turistas forçados e amargurados, era visível o interesse deles relativamente à reação ao tratamento, impressionados pela sua coragem e o otimismo da jovem doente.
A nossa relação foi escassa, mas rica na cumplicidade e sentimentalismos trocados.
Quando a Teresinha faleceu foi-lhes dado conhecimento, como é óbvio.
Longe do olhar, perto do pensamento e sensíveis à nossa dor é assim que defino o gesto desta família, que se repete todos os anos.
A 13 de Outubro, dia do aniversário da Teresa, chega a nossa casa, um postalzinho repleto de carinho e consternação.
Obrigada Lisa, Mário e Andreia pelo vosso carinho, para muitos o dia passa como se nada tivesse acontecido.
amigos eternamente gratos
Eduarda e Zé