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Dedicatórias ano 2015

Dedicatórias ano 2015

 

Minha querida Tété,

 

hoje lembrei-me dos tempos que passamos juntas e decidi pesquisar na internet noticias sobre ti. Foi a forma que encontrei de te ter mais próximo de mim.

 

Descobri o site que a tua mãe elaborou para te recordar e ganhei forças para escrever.

 

Dia 12 de Dezembro, dia em que recordo facilmente  todos os segundos após receber a notícia.

 

Segunda feira, dia de  treino. Chego ao estádio da maia com uma vontade enorme de fazer aquilo que nós mais adorávamos,  quando sou bombardeada pela noticia. A Teresinha faleceu! Sim, era assim que o Serafim te tratava. 

 

Entrei em pânico, e fui a correr para fora do estádio! Corri, corri, corri, mas tudo cada vez ficava mais nublado. De repente parei, e deparei-me com um papel colado na parede que só veio confirmar o que me tinha sido dito no interior do estádio. Era realmente verdade, tinhas falecido! 

 

Já não treinei ,fui embora com o meu pai, sempre na esperança de chegar a casa e abraçar a minha mãe, pois só ela poderia entender o meu sofrimento, ela conhecia-te tão bem como eu.

 

Cheguei a casa e a minha mãe não estava, tinha ido trabalhar. Enfiei-me no quarto, fechei a porta e agarrei-me a almofada. As lágrimas começaram a cair-me pelo rosto, e os porquês começaram a aparecer. Porquê tu? Porquê com apenas 17 anos? Porquê é que acontecem coisas más às pessoas boas? Porquê???

 

Tive horas nisto, até finalmente conseguir adormecer.

 

No dia seguinte acordei...Sabia que não tinha sonhado, tinhas mesmo partido. 

 

Mas  não compreendia, tinha eu apenas 16 anos. 

 

Sabia que me tinhas deixado, mas pensava que era passageiro e  que estaria novamente contigo, que no dia seguinte iríamos treinar novamente juntas, como sempre o fizemos. 

 

Demorei várias semanas a perceber que realmente nunca mais te ia ver, que nunca mais íamos correr juntas, que nunca mais íamos as duas comprar gomas , que nunca mais nos íamos esconder da Bárbara atrás dos colchoes...

 

Hoje sei que na verdade eu até compreendi que naquele dia tu tinhas partido, simplesmente não aceitei e vivi na esperança de te voltar a ver.

 

Passado estes anos todos, ainda me caiem umas lágrimas cada vez que ouço uma musica da Mafalda Veiga, cada vez que olho para a minha mesinha de cabeceira e vejo uma foto que a tua mãe me deu, de nós as duas na piscina, em Mindelo, de cada vez que vejo algo e me lembro de ti...

 

Mas já não digo nunca mais iremos correr juntas, nunca mais iremos comprar gomas...

 

Agora digo, graças a deus que te conheci e que tive o prazer de correr contigo, que tive o prazer de ter uma boa amiga, que tive o prazer de partilhar os grandes momentos vividos no atletismo e fora dele contigo.

 

A minha maturidade agora é outra, e o "nunca" deixou de fazer parte da nossa história, agora só nos resta mesmo as palavras prazer, gratidão e saudade.

 

Adoro-te Tété e até já.

 

Ana Cerqueira

23 de Julho, 2015

 

 

 

13 de Outubro de 2015

 

Querida Teté,

Hoje era dia de aniversário, farias 27 anos..., o tempo não pára e as saudades são muitas.

Diz o povo que só o tempo resolve grandes males, para os quias não existe outro remédio, pois reconhecendo eu a sabedoria popular acho que no luto de filhos ninguém acerta.

Todos dão bons concelhos, mas "com os males dos outros posso eu bem", já diz o povo.

Resta sonhar e recordar...

 

 

vamos rodar até ficarmos tontas

e cairmos para o chão a rir,

como nos nossos bons velhos tempos.

 

Adeus

a tua mãe